Muito tem se debatido sobre a temática que gira em torno de um novo modelo de trabalho que traz a ideia de redução de jornada de trabalho para os quatro dias por semana, sem que ao fim do mês haja desconto no salário do colaborador. Porém, o que é muito questionado é sobre a efetividade dessa proposta nos resultados positivos, já que o padrão começou a ser utilizado na Europa e está sendo visado no Brasil.
Sabe-se que um exemplo de teste que já vem sendo feito é no Reino Unido, em que milhares de trabalhadores iniciaram um projeto piloto. O mesmo terá a duração de meio ano (seis meses), onde o empregado terá que trabalhar somente 80% de sua jornada e receberá 100% do salário. Além desse país, outros tem ido para o mesmo sentido e têm adotado o formato, como é o caso dos Emirados Árabes, Escócia, Japão, Espanha, Islândia e Bélgica.
É importante frisar que no processo de redução, o trabalhador precisa se comprometer a manter a sua produtividade durante o período. Isso ocorre, principalmente, já que a redução de carga horária pode trazer diversos impactos, sejam eles em saúde mental ou física do colaborador. Além disso, isso altera o convívio social dos mesmos.
Em território brasileiro, já temos alguns casos de empresas que passaram a atuar em jornada reduzida, trabalhando quatro dias por semana. Recentemente, uma empresa de Franca, no interior do Estado de São Paulo, divulgou o início da redução de jornada semanal com um valor extra de R$ 400 para os 40 trabalhadores, para que pudessem gastar em lazer como teatro, cinema e shows.
Conforme a divulgação, logo após a experimentação desse novo modelo, será feita pela diretoria da companhia a avaliação sobre a possibilidade ou não da manutenção definitiva da jornada.
Porém, apesar de algumas organizações já estarem se direcionando para esse novo quadro, sabe-se que o Brasil é o país que possui o menor apoio à semana de quatro dias. Conforme uma pesquisa realizada pelo jornal Valor Econômico e divulgada no último dia 13 de setembro, a redução de dias trabalhados de 5 para 4 somente é apoiada por 4,9% das organizações. Na contrapartida, a resistência acaba por frustrar os trabalhadores, já que 81% dos mesmos desejam a redução.
A plataforma Empregos.com.br, especializada em recursos humanos, ouviu um total de 251 empresas e 2.552 pessoas no mês anterior. Desse total, 71% disseram que não possuem opinião formada sobre o assunto. Além disso, 25% são contrárias à proposta da semana de 4 dias e apenas 4,9% se diz favorável.
Muito tem sido discutido a temática, já que o mesmo abre a problemática sobre o encontro do equilíbrio entre o maior descanso do trabalhador versus a rentabilidade do empregador. Ou seja, há a possibilidade de que a lucratividade da organização seja abalada e, com isso, o trabalhador em condições de estresse passa a ser vulnerável aos acidentes de trabalho e às condições de estresse.
O que se nota é que já existem movimentações sindicais sobre o assunto, levando o tema para as pautas e reivindicações. Durante Campanha Nacional 2022, os bancários abriram a discussão da redução em mesa de negociações com os próprios bancos sobre a possibilidade de atuação.
Já do ponto de vista ambiental, algumas instituições têm defendido que a jornada de apenas quatro dias se torna benéfica para o meio ambiente, diminuindo a emissão de carbono que ocorre no deslocamento e no uso de energia nos próprios estabelecimentos. Por esse motivo, para elas, é preciso planejamento para que não sejam afrontadas as legislações e os direitos humanos.
Apoiando ou não, entende-se que o teste será cada vez mais uma realidade das empresas para viabilizar (ou não) a jornada reduzida. Com isso, gradativamente, poderia ser possível que uma nova cultura da organização seja criada e adaptada para a obtenção dos resultados almejados.
E vocês, o que acham sobre esse tema? Você apóia ou é contra a jornada de trabalho reduzida? Conte-nos nos comentários.
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