Há alguns anos nós ouvíamos que os trabalhos manuais estavam chegando ao fim e que seriam os trabalhos intelectuais que dominariam a cena. Ironicamente, o quadro parece estar invertido. A tecnologia conseguiu suprir muito bem os trabalhos intelectuais. Os computadores fazem cálculos com maestria, controlam estoques, fazem relatórios automáticos. Mas e quem vai cuidar do estoque, carregar as caixas, levar a papelada de um lado para outro, construir, cuidar do encanamento, da pintura, da parte elétrica, quem vai escrever os artigos para os leitores?
Enfim, parece-nos que o trabalho unicamente intelectual está fadado aos computadores. Caberá a nós saber manusear softwares, máquinas e afins para desempenhar concretizar os trabalhos intelectuais. Mas uma coisa que tem ficado esquecida nesses tempos é a crescente necessidade de profissionais qualificados que saibam meter a mão na massa.
O mercado está demandando pedreiros competentes, encanadores que resolvam de fato os problemas de vazamento e afins, marceneiros para fabricar móveis e acabamentos, mulheres de limpeza para manter as casas organizadas enquanto marido e mulher trabalham fora, eletricista, instalador de ar-condicionado, dentre outros.
Fato é que estamos vendo uma conjuntura invertida nascer, achava-se que os engravatados eram quem mais recebiam salários, no entanto, hoje, um salário de um concursado no Banco do Brasil ( cerca de R$ 1.800) é menos do que o salário de um pedreiro competente e ou de um limpador de vidros em prédios. Chapistas e atendentes em restaurantes também ganham salários que podem até superar o dos bancários.
Os ventos parecem ter mudado de lado. Nos EUA e Europa isso já havia acontecido. Serviços na construção civil e limpeza eram relegados aos latinos, mas agora, como os empregos minguaram, até os americanos estão reclamando por oportunidade de trabalho nos ditos “serviços manuais”.
Não é demérito para ninguém trabalhar em um serviço braçal, pelo contrário, você está usando uma das maiores maravilhas do mundo para exercer sua função: a força do seu corpo. O ideal é conseguir projetar os trabalhos manuais em uma atmosfera de conhecimento. Ou seja, ser um pedreiro qualificado e experiente, uma faxineira rápida e eficiente, ou encanador que sabe investigar vazamentos e um redator que consegue produzir conteúdo relevante agilmente.
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